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Implante coclear: saiba por que alguns pais e jovens surdos têm resistência sobre o dispositivo para restaurar a função

Apesar do avanço tecnológico ter proporcionado a possibilidade de se ouvir com o implante coclear, muitas pessoas abrem mão desse procedimento.

Implante coclear: saiba por que alguns pais e jovens surdos têm resistência sobre o dispositivo para restaurar a função
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Profissão Repórter desta terça-feira (4) mostrou o mundo da comunidade surda, com possibilidades de tratamentos e escolhas de vida que permeiam o convívio dos surdos entre si e com pessoas que ouvem.

Apesar do avanço tecnológico ter proporcionado a possibilidade de se ouvir com o implante coclear, muitas pessoas abrem mão desse procedimento.

Nossa equipe foi até a Festa Junina do Instituto Santa Teresinha, em São Paulo, local onde a comunidade surda tradicionalmente se reúne. Fundado há 93 anos, o Instituto é uma das primeiras escolas para surdos do Brasil.

A reportagem conheceu as amigas Nicole, Ana Carol e Marina. Das três, somente Nicole não tem o implante coclear. E ela explica o motivo.

 

 

"O surdo precisa a ter a sua própria opinião, sua própria escolha. Não pode obrigar", diz ela, que se fiz satisfeita com a comunicação por libras e que não tem vontade de ser ouvinte.

Nicole conta o motivo pelo qual optou por não fazer  o implante coclear. — Foto: TV Globo/Reprodução

Nicole conta o motivo pelo qual optou por não fazer o implante coclear. — Foto: TV Globo/Reprodução



A amiga ao lado, Ana Carol, diz que apesar de ter o implante coclear, só liga o aparelho quando quer ouvir música. "É muito barulho na minha cabeça", diz à reportagem.

A terceira amiga, Marina, diz que tem o aparelho, mas que não consegue ouvir bem todas as palavras.

O coordenador pedagógico do Instituto Santa Teresinha, Vagner Agripino, conta que muitos surdos rejeitam o implante por uma questão cultural e por entenderem que não há nada de errado em não ouvir.

 

 

“Eles não se enxergam como pessoas deficientes. O que eles querem é fomentar a cultura surda", ressalta.

 

 

Pais e filhos

 

Uilton Silva é professor de libras e conta que não pretendem colocar o implante coclear na filha. "Nós escolhemos que ela falasse libras e, no futuro, ela poderá colocar se for a vontade dela".

O também professor de libras, Tiago Bezerra, conta que a decisão sobre o implante da filha vitória, de 4 anos, será dela, quando ela crescer.

 

"É uma escolha que vai ser da vida dela. Então, eu prefiro que ela tenha essa questão mais natural dentro da comunidade surda, que ela vivencie todas as experiências junto com a nossa comunidade, que ela adquira uma identidade muito firme, muito fiel, respeitando também cada pessoa. E com a opinião dela, vou querer que ela faça ou não, de acordo com o que ela escolher", pontua.

 

Para a mãe de Vitória, a designer Beatriz Bezerra, há uma perspectiva social e cultural em torno da vivência da pessoa surda e que precisa ser levada em conta.

 

"Uma coisa é a visão médica, onde eles estimulam o tratamento com fono, com uso do aparelho, com implante coclear. Mas há também uma perspectiva social e cultural, que é da visibilidade da pessoa surda, da identidade surda, onde ele fale em língua de sinais, ele entende o mundo dessa forma visual. Existe uma lei que reconhece essa língua, que é a libras", complementa.

 

 
Mãe de Vitória, Beatriz Bezerra ressalta a importância da perspectiva social da vida da pessoa surda. — Foto: TV Globo/Reprodução

Mãe de Vitória, Beatriz Bezerra ressalta a importância da perspectiva social da vida da pessoa surda. — Foto: TV Globo/Reprodução


FONTE/CRÉDITOS: Por Profissão Repórter
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