Usar um smartwatch apenas para se comunicar é um conceito dos quadrinhos antigos, das histórias do Dick Tracy. O conceito de relógio inteligente evoluiu e se tornou uma espécie de complemento e até mesmo substituto do celular em alguns casos.
Além disso, os smartwatches ajudam a cuidar da saúde.
Analisamos os três modelos dessa categoria de produto, com opções que acompanham atividades físicas, batimentos cardíacos e oxigenação do sangue. Tem modelo até que diz quanto tem de água e músculo no corpo humano ao toque de dois botões.
Os preços dos aparelhos, na primeira semana de janeiro, começavam na faixa dos R$ 2.200 e chegavam até mais de R$ 10.000, como o Apple Watch Série 7 mais caro, na versão de titânio.
Os modelos testados foram (leia mais sobre a seleção ao fim da reportagem):
- Apple Watch Série 7 (44mm, caixa de alumínio)
- Huawei Watch GT 2 Pro (46mm)
- Samsung Galaxy Watch4 (versão de 42mm)
Vale notar que autoridades de Saúde e os próprios fabricantes alertam que os dados de monitoramento desses aparelhos não substituem acompanhamento médico.
Veja abaixo como cada um deles se saiu.
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Apple Watch Série 7: só para iPhone
O Apple Watch Série 7 é um dos melhores smartwatches à venda, com um pacote completo de aplicativos e serviços, sensores de acompanhamento de saúde e um design simples e universal.
Mas tem uso restrito apenas ao iPhone, e isso limita um pouco as opções de quem quer comprar um aparelho desses. O relógio não sincroniza dados nem com um iPad.
Além disso, é o mais caro dos aparelhos avaliados. O teste foi feito com o modelo de 44mm com caixa verde de alumínio e pulseira esportiva na mesma cor, o mais “popular” da linha. Nas lojas on-line, essa versão do Apple Watch Série 7 era vendida por R$ 5.299 no início de janeiro.
Design/sistema
Roda WatchOS 8 e se conecta ao iPhone em instantes por Bluetooth. Não tem cara de relógio tradicional, por conta do já famoso formato retangular.
E pode ser usado sozinho, sem o smartphone, nas versões com conectividade LTE integrada. Mas para isso é preciso ter um plano de celular pago à parte da linha telefônica.
Serviços como o Apple Music, de streaming, permitem download de músicas direto no smartwatch. Desse modo, dá para sair para fazer exercícios e ouvir música em fones sem fio - de qualquer marca – conectados ao relógio por Bluetooth.
A tela é grande (1,9 polegada) e simples de usar, com toques e gestos no display e comandos pela coroa digital (que lembra o comando de corda de relógios antigos, ao lado do aparelho) e pelo botão integrado.
Se o aplicativo para iPhone tiver versão para relógio – como Uber, por exemplo – é possível usar o app no dispositivo.
A Apple diz que o relógio usa um cristal reforçado contra rachaduras, e o modelo tem certificação de resistência a poeira (IP6X) e água (até 50 metros de profundidade).
As pulseiras são fáceis de trocar e tanto a Apple como fabricantes de acessórios oferecem inúmeras opções para modificar o visual da pulseira.
Da lista, é o smartwatch mais fácil de encontrar pulseiras avulsas – Huawei e Samsung dependem mais das ofertas do próprio fabricante.
Exercícios
Saia para ir ao mercado e ande dois quarteirões e o Apple Watch já acha que você está fazendo alguma atividade física.
O app Exercício tem 18 modos de treino, incluindo caminhada, corrida, ioga, HIIT, zumba, natação, entre outros. Basta escolher o seu e sair para se mexer. Acompanhe na tela do relógio o gasto calórico, o número de passos, distância percorrida e os batimentos cardíacos.
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Apple Watch Série 7: o app Saúde do iPhone concentra informações do atleta — Foto: g1
Uma coisa que a Apple explora muito bem no Apple Watch é a ideia de fazer seu dono se sentir motivado o dia todo, com círculos de atividade (movimento, exercício e ficar em pé).
A cada meta atingida em calorias, passos
e horas em pé, o relógio mostra uma animação dando parabéns. E dá para comparar (e competir) com amigos e ver quem mais completa seus círculos de atividade.
Ao longo do tempo, o aplicativo Saúde no iPhone mostra todo seu histórico de uso, algo bom para acompanhar a evolução de resultados dos exercícios. Descobrir que em um dia você subiu mais de 25 andares morando em um sobrado pode ser uma surpresa interessante.
Sono e sensores
O relógio tem monitor de batimentos cardíacos capaz de realizar um eletrocardiograma (ECG) e indicar – com isenção de responsabilidade – que seu usuário está tendo uma arritmia, por exemplo, e dizer para ele procurar ajuda.
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Apple Watch Série 7: eletrocardiograma, mas precisa colocar o dedo na Coroa Digital para fazer o teste — Foto: Henrique Martin/g1
Além disso, ele também serve para medir oxigenação do sangue, algo importante em tempos de pandemia.
O smartwatch também tem uma função de monitoramento de sono bastante completa, com avisos para ir dormir e leves vibrações no pulso na hora de acordar. A medição de sono pareceu bastante correta com os horários e a sensação de descanso na manhã seguinte.
Uma funcionalidade muito útil é que o Apple Watch pode ser usado para desbloquear o iPhone caso seu dono esteja com máscara de proteção, sem precisar remover para ativar o reconhecimento facial ou digitar a senha na tela do celular.
Bateria
A bateria do Apple Watch Série 7 testado durou em média um dia e meio, fazendo exercício de 1 hora pela manhã e sem monitoramento de sono.
Com monitoramento de sono, a fabricante recomenda recarregar o smartwatch antes de deitar – o que muda um pouco a avaliação da carga durante o teste. Mas se for direto noite adentro, a bateria dura 1 dia longe da tomada.
Diz a Apple que oito minutos no carregador antes de deitar são suficientes para avaliar o sono durante a noite. De qualquer forma, o relógio precisa ir para a base enquanto seu dono prepara o café.
A recarga é feita em uma base sem fios conectada a um cabo USB e leva pouco mais de uma hora.
Outros recursos
A Apple oferece o serviço pago de assinatura Fitness+, que é uma espécie de academia de ginástica por streaming no iPhone, iPad e Apple TV.
Como o Apple Watch série 7 dá acesso gratuito ao serviço por três meses, deu para experimentar algumas aulas, que vão de 5 a 45 minutos de duração em 11 categorias distintas – incluindo meditação, pilates e ioga.
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