O Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo foi estabelecido em 2007 pelas Nações Unidas e, desde então, vem sendo celebrado como forma de aumentar a conscientização relacionada a todos os aspectos do transtorno do espectro do autismo (TEA).
Pessoas autistas enfrentam discriminação e barreiras em todos os setores da sociedade – nos sistemas de saúde e de assistência social, na educação, no emprego e em vários outros. É crucial que indivíduos com autismo, suas famílias e seus cuidadores, possam ter acesso a informações personalizadas, orientação e apoio para superar esses obstáculos, bem como oportunidades para explorar os seus interesses, desenvolver competências e construir amizades para uma vida plena, em que as diferenças sejam valorizadas, a compreensão seja promovida a fim de que o mundo possa tornar-se um lugar mais inclusivo para todos os que vivem com o transtorno.
“Cor”, tema da campanha 2024, busca derrubar o estereótipo de que indivíduos autistas levam vidas restritas e desprovidas de dinamismo!
Representando mistério e complexidade, em 1999 foi adotada a fita com peças de quebra-cabeça coloridas como sinal universal de conscientização sobre o autismo. As diferentes cores representam a diversidade de pessoas e famílias que convivem com o TEA e as cores fortes representam a esperança em relação aos tratamentos e ao acolhimento dessas pessoas pela sociedade em geral. A marca é muito utilizada para identificar locais onde pessoas com TEA são bem-vindas.
O Transtorno do Espectro do Autismo é uma condição que afeta a forma como as pessoas se comportam e se comunicam. A palavra “Autismo” apareceu pela primeira vez em 1911, quando um médico a usou para descrever certos sintomas. Na década de 1940, dois médicos, Dr. Leo Kanner e Hans Asperger, ajudaram a entendê-lo melhor.
O autismo é uma condição de saúde caracterizada por desafios em habilidades sociais, comportamentos repetitivos, fala e comunicação não-verbal; entretanto, terapias adequadas a cada caso podem auxiliar essas pessoas a melhorar sua relação com o mundo.
Comumente, aparece na infância e tende a persistir na adolescência e na idade adulta. Na maioria dos casos, se manifesta nos primeiros 5 anos de vida.
Sintomas:
De acordo com o quadro clínico, os sintomas podem ser divididos em 3 grupos:
– Ausência completa de qualquer contato interpessoal, incapacidade de aprender a falar, incidência de movimentos estereotipados e repetitivos, deficiência mental;
– O paciente é voltado para si mesmo, não estabelece contato visual com as pessoas nem com o ambiente; consegue falar, mas não usa a fala como ferramenta de comunicação (chega a repetir frases inteiras fora do contexto) e tem comprometimento da compreensão;
– Domínio da linguagem, inteligência normal ou até superior, menor dificuldade de interação social que permite ter uma vida próxima do normal.
Tratamento:
Mesmo sendo um transtorno crônico, o autismo conta com esquemas de tratamento que devem ser introduzidos tão logo seja feito o diagnóstico e aplicados por equipe multidisciplinar. Envolvem a intervenção de médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, pedagogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e educadores físicos, além da imprescindível orientação aos pais ou cuidadores. É altamente recomendado que uma equipe multidisciplinar avalie e desenvolva um programa de intervenção personalizado, pois nenhuma pessoa com autismo é igual a outra.
No Brasil, ainda não há estudos sobre a prevalência do TEA na população, mas segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), o País pode ter mais de 2 milhões de pessoas com autismo.
Em 2012, a Lei nº 12.764/2012, instituiu a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, estabelecendo diretrizes para sua consecução e definindo que indivíduos com TEA são considerados pessoas com deficiência para todos os efeitos legais.
O Sistema Único de Saúde (SUS) presta apoio e assistência aos pacientes com essa condição por meio da Atenção Especializada da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência. Os 263 Centros Especializados em Reabilitação (CER) são pontos de atenção ambulatorial especializada em reabilitação, responsáveis por diagnóstico, tratamento, concessão, adaptação e manutenção de tecnologias ade apoio.
Em 2021, o Ministério da Saúde lançou a Linha de Cuidado para Crianças com Transtorno do Espectro Autista, com o objetivo de organizar os fluxos de cuidados e atenção, orientando sobre promoção, inclusão, tratamento, reabilitação de diferentes níveis de assistência, sistematizando a rede de atenção à pessoa com TEA e favorecendo ações de detecção precoce.
Como parte das celebrações deste ano, a Organização das Nações Unidas promove o evento virtual “Moving from Surviving to Thriving: Autistic individuals share regional perspectives” – em tradução livre: “Passando da Sobrevivência para a Prosperidade: Indivíduos autistas compartilham perspectivas regionais”.
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