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Faustão: como funciona a fila do transplante de coração no Brasil?

Até o último dia 22, 385 pessoas aguardando um novo coração, de acordo com o painel do Sistema de Transplantes do Ministério da Saúde

Faustão: como funciona a fila do transplante de coração no Brasil?
Como é um procedimento padrão de transplante de coração
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O apresentador Fausto Silva, o Faustãofoi submetido a um transplante de coração neste domingo, segundo informou o Hospital Albert Einstein, onde ele está internado.

 

Qual é a doença de Faustão?

 

Ele havia sido diagnosticado com insuficiência cardíaca, uma condição na qual o coração não consegue bombear sangue adequadamente para os outros órgãos. O agravamento do quadro sobrecarrega o pulmão e podem levar à falência de outros órgãos, devido a falta de sangue e oxigênio. Para evitar que isso aconteça, é indicado o transplante.

 

 

 

Como funciona a fila para transplantes no Brasil?

 

No Brasil, a fila para transplantes de órgãos em geral é única. Ela vale tanto para pacientes do sistema público de saúde quanto privado e é organizada de acordo com a gravidade do caso, tempo de espera e tipagem sanguínea.

Atualmente, mais de 65 mil pessoas aguardam um órgão na fila, segundo dados do Ministério da Saúde. O número é um dos maiores dos últimos 25 anos.

A fila respeita a ordem cronológica de inclusão dos pacientes. No entanto, alguns podem ser colocados como preferencial devido à gravidade do quadro clínico. Nesse caso, os critérios são bem estabelecidos e predeterminados pelo Ministério da Saúde.

 

Qual tempo de espera para transplante de coração?

 

Do total de pacientes aguardando na fila por um órgão, 386 estão à espera de um coração, segundo informações do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), atualizadas na última quarta-feira (16). Embora o número de pacientes aguardando por um transplante de coração não seja tão alto quanto para outros órgãos, o tempo de espera pode chegar a 18 meses e muitos acabam falecendo enquanto aguardam.

— Se o paciente aguarda em casa, a espera é superior a 1 ano, podendo chegar a 2 anos. Se ele estiver hospitalizado e entrar como prioridade, pode chegar a seis meses — explica o cardiologista Félix Ramires, diretor científico da Socesp - Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo.

demora faz com que muitos pacientes morram na fila. Isso acontece porque, em geral, a urgência de um transplante de coração é maior do que a de outros órgãos.

 

Como funciona a doação de órgãos?

 

O primeiro problema para o alto número de pacientes na fila é o número de doadores. A legislação brasileira determina que mesmo que o paciente seja oficialmente um doador de órgãos, em caso de morte, a palavra final é da família. E, muitas vezes, a família não autoriza.

Mas esse não é o único. Há casos em que a captação do órgão não é feita da forma adequada, o que impossibilita o transplante dos órgãos de um paciente que seria um doador.

A doação de órgãos só é possível a partir da morte cerebral do paciente e para decidir quem será o receptor são considerados fatores como peso, altura e tipo sanguíneo.

 

Quantas pessoas estão na fila por um transplante de coração?

 

De acordo com o painel da pasta do Sistema de Transplantes do país, atualizado no último dia 22, havia 385 pessoas aguardando um novo coração. Do total, 66% são homens, e 34%, mulheres. Com 73 anos, o apresentador está entre os 31 pacientes que têm 65 anos ou mais.

Em nota, o Ministério explica que a lista de pessoas que precisam de um novo órgão é única e vale para pacientes da rede pública e privada. A ordem é pela data do cadastro, mas também por outros critérios, como compatibilidade, gravidade do caso e tipo sanguíneo do doador.

 

“Esses fatores são levados em consideração para a definição de quem deve ser priorizado. Pacientes em estado crítico podem ser atendidos com prioridade, em razão de sua condição clínica”, continua a pasta.

 

Quanto tempo se leva para conseguir um coração?

 

O tempo de espera por um coração no Brasil pode chegar a 18 meses. Alguns pacientes têm prioridade devido à gravidade do caso.

Durante o primeiro semestre de 2023, o Brasil realizou 206 transplantes de coração. O número é 16% maior que o observado no mesmo período do ano passado, segundo informações do Ministério da Saúde.

De acordo com as informações do Ministério, além dos 206 transplantes no primeiro semestre, outros 52 foram realizados desde então, totalizando 258 no ano até 22 de agosto. Se continuar no mesmo ritmo, o Brasil pode terminar 2023 com mais de 400 procedimentos realizados.

Além de ser um número superior aos 362 feitos em 2022, seria o maior volume já alcançado em toda a série histórica da pasta, que teve início em 2001. Por enquanto, quem lidera o ranking é o ano de 2017, com 380 transplantes de coração.

 

Como Faustão já conseguiu um coração?

 

Segundo informações do painel do Sistema de Transplantes do Brasil, logo após a inclusão do apresentador havia 385 pessoas aguardando um novo coração no país. Faustão, porém, não furou a fila do transplante, que é única, englobando pacientes da rede pública e privada.

Isso porque, embora, no geral, o paciente seja inserido na ordem cronológica, ou seja, pela data da indicação para o recebimento do novo órgão, fatores como a gravidade do caso tornam o caso “prioridade”, o que faz com que o indivíduo vá para o início da fila.

Além disso, fatores como a tipagem do sangue, que no caso de Faustão é o B, influenciam, já que o doador precisa ter o mesmo tipo sanguíneo do paciente. Logo, se alguém estava na frente do apresentador na fila, porém o tipo era A, ou O, o órgão não seria útil.

 
 
 
 
 
 
FONTE/CRÉDITOS: Fonte: oglobo
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